sexta-feira, 2 de março de 2012

Pesquisadores propõem criação de empresa brasileira de inovação

Instituição da empresa, que estaria subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, é a principal proposta apresentada pela SBPC em livro lançado com a Capes

Aloizio Mercadante, ministro da Educação, voltou a defender que cerca de 30% dos royalties do pré-sal sejam destinados ao financiamento da educação, ciência e tecnologia, pelo menos por 10 anos. O apelo foi feito durante o lançamento do livro Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo, nesta quinta-feira, 1º de março, no auditório da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Se o Brasil pulverizar esses recursos para prefeitos e governadores estará cometendo a maior irresponsabilidade da história. Nós precisamos assegurar um projeto consistente para o futuro porque sabemos que o petróleo vai acabar”, disse.
Alinhada ao discurso de Mercadante, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, aplaudiu o ministro e disse que “se a população soubesse com clareza do que se trata o dinheiro da exploração do petróleo estaria nas ruas, já que daqui a 15 dias deve haver a votação na Câmara dos Deputados para decidir o rumo dos royalties”. Para ela, qualquer um prefere uma educação de primeiro mundo para as próximas gerações do que uma nova calçada. O Senado aprovou no ano passado a divisão dos royalties entre União, estados e municipios.
Helena Nader também lamentou o corte de quase 23% no orçamento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciado em 15 de fevereiro pelo governo federal. “Dinheiro para ciência e tecnologia deve ser visto como investimento, não como gasto”, afirmou.
LIVRO – A principal proposta do livro Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo, elaborado pela SBPC em parceria com a Capes, é criar a Empresa Brasileira de Tecnologia e Inovação (Embrati). A empresa seria subordinada ao MCTi e composta por Unidades de Pesquisa Descentralizadas (UPDs), cada unidade responsável pelo desenvolvimento de um setor, como o farmacêutico, de semi condutores, softwares e de bens de capital. “Precisamos de um órgão coordenador de inovação que tenha poder decisório”, explicou Roberto Mendonça Faria, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo e coordenador do Grupo de Trabalho da SBPC responsável pelo livro.
A Embrati segue o mesmo modelo da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapi), anunciada por Aloizio Mercadante. As duas devem desenvolver projetos de inovação para atender as indústrias. Ambas seriam geridas com participação público-privada. “Acho a ideia muito boa, só teremos um problema de nomenclatura, pois a Embrapi parece que tem os mesmos objetivos”, disse o ministro.
Marco Antônio Raupp, ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, que também participou da cerimônia de lançamento, assina a apresentação do livro, enquanto presidente da SBPC entre 2007 e 2011. “Participei de perto desse projeto. A ideia surgiu quando a Sociedade Brasileira de Física fez um trabalho sobre como a Física contribui para o crescimento do Brasil”, disse. Jorge Guimarães, presidente da Capes, comentou que Raupp foi o impulsionador do livro. “Ele viu que isso não poderia ficar restrito a Física e abriu para toda a ciência, Tecnologia e Inovação”.

Da Secretaria de Comunicação da UnB

                                              Foto: Helena Nader, Presidente da SBPC 

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