quarta-feira, 8 de junho de 2011

Aliados discutem permanência do ministro Luiz Sérgio


Eduardo Militão - Congresso em Foco

Com a saída de Antonio Palocci da Casa Civil, a permanência do ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, ficou em xeque. Aliados do Planalto questionam o fato de o ministro não ter poderes para resolver os pedidos da base governista, ao mesmo tempo em que alguns petistas sonham em substituí-lo pelo ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP). Após a cerimônia de posse da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffman, Chinaglia foi enfático em defender a permanência de Sérgio no governo.

Paralelamente, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), prega que é o momento de “remodelar” a relação do governo com a base aliada e aumentar o número de interlocutores dos deputados e senadores com o Planalto.

Hoje, Chinaglia disse discordar da avaliação pela qual o ministro das Relações Institucionais é apenas um “garçom”, alguém que só anota pedidos, mas não possui poderes para resolvê-los. “A bancada do PT está disposta a apoiá-lo”, afirmou Chinaglia, ressalvando que a decisão está com a presidenta Dilma Rousseff.

Reservadamente, os petistas entendem que, se for para Luiz Sérgio permanecer, será necessário dar-lhe poderes.

Por outro lado, um grupo de petistas cogita colocar em seu lugar outros nomes, como o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP). O problema é que essa é mais uma negociação que não tem, ao menos no momento, o aval de Dilma. A escolha de Gleisi Hoffman foi um exemplo da decisão monocrática da presidenta. Mesmo os mais próximos a Dilma se surpreenderam. “Ela não fala nada com ninguém”, afirmou um petista.

A decisão sobre a permanência de Luiz Sérgio pode ser fechada ainda esta noite por Dilma.

Relação remodelada

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), acredita que a presença de Gleisi vai permitir remodelar a relação do Planalto com o Congresso. “É preciso uma relação mais palpável. Os parlamentares querem participar da formulação das políticas públicas”, disse Renan. Ele nega que o PMDB queira indicar nomes, mas lembra que o partido quer ajudar no redesenho das relações entre Executivo e base aliada.

Renan entende que a tendência é que a coordenação política se concentre na Secretaria de Relações Institucionais, mas não apenas lá. “Talvez agora tenha um espaço para que a coordenação política se faça na secretaria, mas quanto mais interlocutores nós tivermos no governo, melhor”, disse ele. “O importante é que haja uma convivência maior; essa é a reclamação”, contou Renan.

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) defendeu a permanência de Sérgio, mas admite que as negociações precisam melhorar. “Pode melhorar e vai fortalecer”, prevê.

Nenhum comentário:

Postar um comentário